terça-feira, abril 28, 2009

#2 déjà vu


o último imperador, óleo s/papel, 19x7cm

7 comentários:

Alyne disse...

o desenho é delicioso, também pela escala. O resto escapa-me completamente, desculpa :)

pedro disse...

Eu não queria "nomear" o Alyne meu porta-voz, mas ...
1) continuo a maravilhar-me com pequenos pormenores, como a sugestão da cara. Acho, repito, acho, que não tinha visto ainda nenhum trabalho teu tão "limpo de excessos" ... a economia de meios que escreveste em tempos está aqui. deste género é, para mim, o teu melhor trabalho!
2) a colagem ao tema tb me escapa. queres dar umas dicas?

Luísa R. disse...

Também gostei muito do desenho.
E também não entendi a ligação ao tema.

Alyne disse...

...também quero umas dicas...:)

Anónimo disse...

LOL, o giro do dejá vue é que pode ter ligação a tudo, ou não fosse ele um dejá vue. E tudo pode ter ligação ao tema dejá vue. Conceito que tanto pode ser muito rico como muito pobre.

cristina disse...

Ora bem, estou num período de envolvimento intenso em diversos projectos, pelo que não seria possível criar um trabalho de raíz para este desafio. O processo foi manter-me atenta ao que pudesse servir o tema e, na minha pesquisa sobre a China, aconteceu-me com esta imagem cuja origem não consegui determinar mas que me foi familiar; impossível detectar a origem da memória, relacionei-a com um filme que nunca vi, pelo que não sei se associei ao título e à construção mental que lhe atribuí e que para mim terá funcionado como signo, num exercício semiótico, ou se terei visto uma imagem de promoção do filme e da qual me tenha apropriado. De qualquer forma era uma imagem irrecuperável porque inscrita há demasiado tempo e de uma forma pouco marcante.
N'A Imagem-Tempo do Deleuze, inserido na questão dos flash-back, ele escreve um parágrafo que vou copiar:
"É certo que o reconhecimento atento, quando tem êxito, faz-se por imagens-lembrança: é o homem que encontrei na semana passada num tal lugar... Mas é precisamente este êxito que permite ao fluxo sensorial motor retomar o curso temporariamente interrompido. De tal modo que Bergson não pára de girar à volta da conclusão seguinte, quando vai igualmente deixar-se obcecar pelo cinema: o reconhecimento atento informa-nos muito mais quando fracassa do que quando tem êxito. Quando não consegue lembrar-se, o prolongamento sensorial motor fica suspenso, e a imagem-actual, a percepção óptica presente não se encadeia nem com uma imagem motriz, nem mesmo com uma imagem-lembrança que restabeleceria o contacto. Ela entra antes em relação com elementos autenticamente virtuais, sentimentos de déjà-vu ou do passado 'em geral' (eu já devo ter visto este homem algures...), imagens de sonho (tenho a impressão de o ter visto em sonhos...), fantasma ou cenas de teatro (ele tem ar de fazer um papel que me é familiar...). Em suma, não é a imagem-lembrança ou o reconhecimento atento que nos dá o correlato preciso da imagem óptica-sonora, são antes as perturbações da memória e os fracassos do reconhecimento."

pedro disse...

perfeitamente entendível agora. e óptima a "contribuição" deleuzeana para o tema.