Maria #3
acrílico s/papel, 27x23cm
O meu marido saíu de casa no dia
25 de Janeiro. Levava uma bicicleta
a pedais, caixa de ferramenta de pedreiro,
vestia calças azuis de zuarte, camisa verde,
blusão cinzento, tipo militar, e calçava
botas de borracha e tinha chapéu cinzento
e levava na bicicleta um saco com uma manta
e uma pele de ovelha, um fogão a petróleo
e uma panela de esmalte azul.
Como não tive mais notícias, espero o pior.
(poema de Alexandre O'Neill)
5 comentários:
Um blog maravilhoso,gostei da simplicidade da postagem
por favor continuem assim.
abraços
Obrigada pelo elogio, Dann. Isto é o que se chama ser rápido no gatilho!
Nós vamos estar por cá, apareça.
Obrigada, Dann.
Bem vindo ao olhodebloga :o)
Cristina, gostei muito do teu trabalho!
Está muito bom.
vejo uma pincelada solta que me agrada muito; a expressão está fantástica e remete para alguém muito novo ... está assustado(a), a suficiência dos olhos para o estado de espirito é intencional da tua parte, assim como o branco que envolve o fragmento. é impossivel escapar ao olhar. o pai que nunca regressou, o marido que foi visto noutra terra ... o poema teve aqui uma função orientadora, sem dúvida. e com ele lembro-me dos filhos que nunca conheceram o pai. Como seria a minha leitura sem o poema? nunca saberei.
Estou verdadeiramente fascinada com as vossas Marias. Não consegui perceber em quanto tempo responderam ao desafio inicial da Luisa. É uma ideia muito interessante e corajosa. Eu acho que não conseguia...Parabéns aos três!!!!
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