terça-feira, dezembro 18, 2007

novo exercício

Adeus, Eugénio de Andrade

Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos
ou, se preferes, a minha boca nos teus olhos,
carregada de flor e dos teus dedos;

como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve, e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.

Como se a noite viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde o teu corpo principia.

Como se houvesse nuvens sobre nuvens,
e sobre as nuvens mar perfeito
ou, se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.


Marquem vocês a data limite para publicarmos. Princípio do ano? Entretanto vou falar duma exposição, "Painting of Modern Life" que é capaz de suscitar alguma discussão, vamos ver.

1 comentário:

pedro disse...

muito boa escolha. ao trabalho... proponho dia 1 de janeiro, para começarmos o ano a "mostrar serviço".